sábado, 12 de julho de 2008

FÉRIAS!!

Esse é um recado para os amigos que vivem me cobrando novos posts (com razão).
O blog está mesmo um tanto quanto largado, mas em breve voltará com força total.
A partir de segunda (14-07) estarei de férias, mas prometo novidades pra quando voltar, com a cabeça leve e descansado.
Vou aproveitar para visitar bons amigos e também ver o filme cuja foto ilustra esse post. E não vejo a hora!
A gente se fala em breve.

Abraço!

sábado, 12 de abril de 2008

Desenhos para todos os gostos!

FOTO ACIMA: Capa do DVD de "Hellboy - Sangue e Ferro"
Vamos continuar falando de desenhos?
Recentemente vi os dois desenhos baseados no personagem Hellboy, com as vozes dos atores do filme dirigido há 3 anos por Guilhermo Del Toro, entre eles o Ron Pearlman (o Hellboy do cinema) e Selma Blair.
O primeiro desenho, “Hellboy e a Espada da Tempestade” é bom, mas bem no “esquemão” dos desenhos americanos, com violência moderada. Boa trilha sonora e animação decente, numa história bem amarradinha. Mas o desenho é isso, bom passatempo mas nada surpreendente.
Já “Hellboy – Sangue e Ferro” é bem melhor. Não me lembro qual foi a última vez que senti medo vendo um desenho animado. E o clima de terror desse desenho animado é altíssimo, com vampiras, bruxas, fantasmas e criaturas das trevas convincentes.
Em muitas partes eu me pegava dizendo: “Nossa, que legal”.
Tudo que o “A Espada da Tempestade” tem de “mais do mesmo” o “Sangue e Ferro” tem de legal e inovador. Vale a pena ser visto e revisto.

FOTO ACIMA: Meio humano e meio vampiro, D é o protagnista de "Vampire Hunter D"

Nesta semana vi também o “Vampire Hunter D”.
É um desenho em longa-metragem produzido em 1985, que conta a história de D, um estranho caçador de vampiros que vaga sem destino à procura de aventuras.
A narrativa se passa no futuro, mas as cidades, casas, roupas e meios de transporte lembram os do século passado, com cavalos, carruagens, casebres do estilo europeu, e castelos.
Realizado no Japão, o anime é bem violento. E tem uma história bem interessante.
Um vampirão que mora num castelo faz também parte da nobreza. Quando ele decide transformar uma plebéia em sua noiva vampira, atrai a ira de sua filha, que não aceita que seu pai introduza em sua família uma simples camponesa.
A filha do Draculão resolve então matar a jovem antes que seu pai consuma o noivado (mordida no pescoço).
A camponesa, que não quer se tornar uma morta-viva pelas mãos do vampirão e nem uma morta-morta pelas mãos da filha do vampirão, contrata os serviços de D, que curiosamente estava passando por lá.
Além de muita violência, o desenho apresenta muitas cenas de nudez, muitas delas de forma gratuita.
Em certa parte, um vampiro arranca um colar com um pingente de crucifixo do pescoço da donzela. Ao puxar o colar, o dedo dele arranca acidentalmente o top que a garota está vestindo. O seio dela então balança livremente, com um close absurdo de câmera. A cena é bonita, mas convenhamos, ocorreu de forma muito forçada.
Há outras cenas de nudez durante o anime. Esses japoneses...
Enfim, o desenho é muito bacana.
Verei nesta semana a continuação, “Vampire Hunter D – Blodlust”, feito em2001. Na semana que vem eu falo sobre ele.
FOTO ACIMA: Gatts, o herói de "Berserk"

Finalmente acabei de ver todos os episódios de “Berserk”.
Quando vi o primeiro episódio confesso que não gostei.
Gatts, o personagem principal, vive na idade média no Japão, e aparece sempre carregando uma imensa espada (tanto na largura como no tamanho). Ele sofria pesadelos com espíritos malignos e acordava no meio da floresta com seu corpo todo ensangüentado. A missão dele no episódio não fica bem clara, tendo de matar um ser endemoniado num castelo medieval. Além disso o desenho apresentava cores muito vermelhas e uma trilha sonora esquisita.
Detestei esse primeiro episódio, mas meu amigo Manoel me pediu para ver o segundo. Com muito custo e uma dose de boa vontade resolvi atender ao pedido dele.
O episódio seguinte mostrava Gatts ainda pequeno, sendo brutalmente espancado pelo seu padrasto, que aprontava o maior terror psicológico com o garoto. Denso e bem amarrado, o episódio foi excelente!
E assim foram os seguintes.
O argumento principal dos 25 episódios de “Berserk” mostra Gatts entrando para o Bando do Falcão, um grupo de mercenários liderados pelo estranho e carismático Griffith. No bando ele faz inimizades com outros comandantes, como a bela Caska.
Extremamente violento, com muito, mas muito sangue mesmo, “Berserk” é um anime pra gente grande.
O argumento de “Berserk” nunca apela pra clichês ou soluções fáceis.
Em certo episódio, Griffith pede para Gatts eliminar o irmão do rei, que conspira para matar o líder do Bando do Falcão. Ele tem que matar o sujeito de modo furtivo, sem deixar testemunhas. Cuidadosamente, Gatts invade o castelo do príncipe e o encontra ensinando esgrima para seu pequeno filho. Gatts então espera até que sua presa fique sozinha. Sem hesitar, Gatts trespassa sua imensa espada no inimigo. Acontece que o assassinato é presenciado pelo filho do príncipe, que voltou para dar boa noite ao pai.
Se fosse um desenho americano, o menino juraria Gatts de morte, e tentaria vingar a morte do pai no futuro.
Mas como o desenho não se limita a tais clichês, Gatts, o herói, num movimento calculado, acerta com força incrível sua espada na criança, matando-a imediatamente!
E fica por isso mesmo. Em nenhum outro episódio pra frente, Gatts apresenta algum indício de remorso pelo ocorrido.
Outro exemplo marcante que demonstra que “Berserk” não é um desenho qualquer acontece quando um grande ataque é realizado pelo Bando do Falcão, e sua única guerreira mulher não rende o esperado na batalha, porque, pasme, está menstruada!

FOTO ACIMA: Griffith, um cara muito esquisito, mas incrivelmente carismático!

A história da série continua de forma genial, principalmente quando Gatts e Caska se vêem cercados na floresta por 100 guerreiros. São três episódios que deixam os nervos do espectador à flor da pele, com os protagonistas do desenho passando muito aperto para sobreviver. A força da narrativa e passagem de acontecimentos impactantes de “Berserk”, nestes três episódios, são maiores e melhores do que muitas super-produções de Hollywood.
O desenho apresenta ainda muitas cenas de nudez, incluindo até algumas posições bem submissas, apesar de não haver nenhuma cena de sexo.

FOTO ACIMA: Gatts e Caska

É uma pena, que depois de 22 episódios excelentes, os 2 últimos sejam tão ruins!
Tudo que eu achei de ruim no primeiro episódio volta com força, e ao quadrado, nos últimos.
Seres endemoniados, muitas forças obscuras, sacrifícios humanos e possessões diabólicas estragam o desenho que poderia entrar para a história da animação.
Pra piorar ainda mais, o final de “Berserk” fica em aberto, com muitas dúvidas no ar.
E um desenho que poderia ser uma obra-prima acaba de modo muito insatisfatório. Uma pena mesmo.

Mudando de assunto, estou aproveitando as madrugadas para ler.
Outro dia eu li “D de Dívida”, que conta a história de uma detetive em Los Angeles. O livro começou de forma interessante mas rapidamente perdeu o rumo.
Eu realmente detesto quando o escritor começa a encher lingüiça, contando nos mínimos detalhes como são os lugares onde se encontram os personagens de seus livros. Acho isso um recurso fraco para aumentar o número de páginas do livro.
E em “D de Dívida”, em cada lugar por onde passa a protagonista, o autor descreve nos mínimos detalhes.
Li até metade e depois o encostei, sem dó. Minha paciência já estava no limite.


FOTO ACIMA: Hercule Poirot, detetive de "Os Crimes ABC"

Depois que larguei o “D de Dívida” fui para outro livro, “Os Crimes ABC”, de Agatha Christie. Digo que este é um dos melhores livros dessa autora que li. Sem informações inúteis, sem enchimento de lingüiça, um divertimento de primeira!
Tenho mais dois livros de Agatha Christie para ler nos próximos dias, ainda bem!

Vou nessa!
Semana que vem eu volto falando de mais desenhos (sim, tenho mais para ver) e outras cositas mas!
Grande abraço!

sábado, 29 de março de 2008

O que eu ando fazendo!

FOTO ACIMA: Cena do belíssimo "5 Centimeters Per Second"

Estou aproveitando que não tenho alugado filmes para ver desenhos.
É isso mesmo, estou evitando ao máximo de ir à Supervideolocadora, pois meu filho menor simplesmente não deixa ninguém lá de casa sentado por muito tempo. Não consigo nem imaginar de onde ele tira tanta energia, ele é um dínamo de energia inesgotável.
Quem me conhece sabe que adoro desenhos animados, e como eles são geralmente mais curtos do que os filmes, estou aproveitando e colocando em dia vários animes (desenhos animados japoneses).
FOTO ACIMA: O menino Gen chora de tristeza em "Gen - Pés Descalços"

Pra começar vi o anime em longa-metragem “Gen – Pés Descalços”.
Baseado nos mangás de Keiji Nakasawa, o desenho conta a história real de Gen (alter-ego do autor), um garoto que sobrevive à explosão da bomba atômica de Hiroshima. O desenho é da década de 80 e é, no mínimo, impressionante!
Começamos vendo o dia-a-dia da família de Gen, suas aventuras para conseguir algo para comer numa Hiroshima que já sentia os efeitos da Segunda Grande Guerra. Conhecemos a família de Gen, seu pai honesto e trabalhador, sua mãe grávida, sua irmã protetora, e seu irmão menor – uma das figuras mais simpáticas que já vi num desenho animado.
A vida da família é dura, mas todos se amam e vivem em harmonia mesmo com todas as dificuldades.
Então os EUA lançam a bomba atômica na cidade. O desenho não poupa o espectador. Pessoas de todas as idades, incluindo bebês, têm os corpos despedaçados, os olhos se despregam de suas faces, e ainda começam a vomitar as próprias tripas. Tudo voa pelos ares! A seqüência da explosão da bomba é de uma tristeza esmagadora. Como um país pôde mandar uma bomba dessa magnitude, chacinando milhares de pessoas num instante?
Na segunda parte do desenho, acompanhamos Gen tentando sobreviver em meio ao caos e procurando comida para sua mãe grávida, que já estava desnutrida.
Acontece algo no fim do desenho que é de deixar qualquer um arrasado de tristeza. Pra chorar por uns 10 minutos, no mínimo.
“Gen – Pés Descalços” é uma obra-prima. Às vezes o desenho é alegre, triste, dramático, e principalmente muito tocante.
Desenho que todos americanos deveriam ser obrigados a ver.

FOTO ACIMA: A belíssima e ambiciosa Faye Valentine, de "Cowboy Bebop"

Outro anime que eu era louco pra ver era o “Cowboy Bebop”. Finalmente consegui todos os 26 episódios desse desenho, e também o anime em longa-metragem chamado “Cowboy Bebop – O Filme”.
O desenho é sobre um grupo de cowboys (caçadores de recompensa) que vivem na nave espacial Bebop. Daí vem o título do anime.
Os personagens principais são:
- Spike - O “fodão” do desenho. Ele é bom na luta corporal e com as armas. Vive com fome e chuta as coisas que não funcionam. É calado e não comenta nada sobre seu passado.
- Jet – O dono da nave Bebop. Era policial mas uma desventura amorosa e a traição de um amigo o fizeram partir pro espaço.
- Faye Valentine – Bela e fatal, Faye é viciada em jogos de azar, é ambiciosa, não se preocupa com os amigos e não sabe nada sobre o próprio passado.
A história se passa muito no futuro, quando o homem já ocupou vários planetas de nosso sistema solar. Mas as histórias do anime não levam muito em conta o fator “ficção científica”. O desenho é basicamente um drama, com cenas de ação ocasionais.
A qualidade da animação é de babar, com cenas de luta que devem ter dado muito trabalho para serem desenvolvidas.
Mas duas coisas chamam mais a atenção em “Cowboy Bebop”. Uma delas é a personalidade de seus protagonistas. Eles são tão ricos em história e caráter, que quando a série acabou eu fiquei meio que me sentindo sozinho por um tempo. Eles foram uma ótima companhia para mim e curtir as suas aventuras era uma delícia.
Outro elemento que ajudou a fazer a fama de “Cowboy Bebop” foi sua trilha sonora. Minha nossa, o que é aquilo?
Blues, Jazz e Rock and Roll, de altíssima qualidade, num desenho animado é uma coisa raríssima de se ouvir.
Enfim, “Cowboy Bebop” é excelente do primeiro ao último episódio, mas aí vai um aviso: o fim da série é muito, muito triste. O último episódio tem uma cena de morte que é uma das mais belas já realizadas, incluindo aí até filmes.
“Cowboy Bebop” é um desenho que se começa vendo com um certo interesse, achando bacana. Mas por volta do quarto episódio já estamos apaixonados pelos personagens. Pena que foram só 26 episódios. Poderia durar pra sempre.

FOTO ACIMA: A beleza de "5 Centimeters Per Second"

Continuando nos animes, ontem eu vi mais um longa-metragem, apesar de ter apenas 1h de duração. Foi o filme “5 Centimeters Per Second”. Lançado em 2007, o filme não foi lançado oficialmente no Brasil, por isso não tem título nacional.
“5 Centimeters Per Second” se passa na atualidade e é sobre dois jovens que se amam mas não sabem se expressar. Os anos vão se passando e a promessa que eles não fizeram de ficar juntos está cada vez mais difícil de se concretizar.
É um filme introspectivo, com poucos diálogos e uma trilha sonora maravilhosa. Difícil não se emocionar nos 4 minutos finais, com a belíssima música que toca ao fundo.
Mas o charme do desenho é mesmo o visual. Nunca, repito, nunca em toda a minha vida eu vi um desenho tão bonito visualmente quanto “5 Centimeters Per Second”. Cada frame do desenho poderia virar um quadro sem dificuldade. Se você der uma pausa em seu DVD durante qualquer parte do filme, tirar uma foto e mandar imprimir, você terá em mãos uma obra de arte. Só vendo pra crer!

FOTO ACIMA: Mais uma obra de arte em "5 Centimeters Per Second"

Mudando drasticamente de assunto, e a Fórmula1, você está acompanhando?
Comecei o ano decidido a ver todas as corridas e resoluto a torcer por Felipe Massa, que pelo terceiro ano consecutivo pilota o melhor carro, da Ferrari.
Mas aí vem um balde de água fria.
Na primeira curva da primeira corrida ele roda sozinho na pista. Pouco depois, Felipe Massa tenta uma ultrapassagem em um local totalmente inapropriado para tal manobra e bate, tirando outro carro da corrida. Ele continua, mas pára logo em seguida com problema no motor, provavelmente ocorrido pela batida anterior.
A segunda corrida da temporada vem com uma esperança, Massa larga em primeiro. Depois de algumas voltas com seu companheiro de equipe em seu calcanhar, ele perde o primeiro lugar no pit stop. Já em segundo lugar e tentando alcançar o Kimi Haikonnen, eis que Massa roda sozinho na pista seca, atolando o carro nas britas. Mais um erro bisonho!
Como torcer pra um sujeito desses?
Eu gostaria de ver o Massa correndo sem erros, transmitindo confiança ao público brasileiro.
Gostaria de ver o Massa concentrado na prova, atento a tudo.
Gostaria de ver o Massa pisando fundo, se distanciando do segundo lugar, colocando vantagem de tempo em seus adversários.
Mas infelizmente isso não está acontecendo. O que estou vendo é um Massa com déficit de atenção, estabanado nas ultrapassagens, com desculpas esfarrapadas (o erro nunca é dele, é do carro, do vento, da equipe, do cisco no olho...), enfim, imaturo.
Repare como ele é inconstante nas voltas que faz. Numa volta ele é o mais rápido da pista, na outra ele faz 40 décimos a menos, na próxima ele faz 30 décimos a menos e na seguinte ele é o mais rápido novamente...Inconstante!
A pergunta que eu faço é: isso é qualidade para alguém que almeja ser campeão?
Vou ser sincero aqui, Felipe Massa correndo dessa maneira NUNCA será campeão. Ele até irá ganhar alguns Grandes Prêmios esse ano, mas sua imaturidade o impedirá de conquistar o campeonato. Realmente é muito pouco pra quem pilota há 3 anos o melhor e mais famoso carro da Fórmula 1.
O sobrinho de minha esposa fica todo ofendido quando falo do Felipe Massa pra ele, então vou falar desse piloto por aqui mesmo no blog, pois sei que é um local que ele não freqüenta.
Continuo torcendo pro Massa, mas já vi que será a mesma coisa que torcer pra bandido em filme de mocinho.

A gente se fala novamente na semana que vem, com mais desenhos animados.

terça-feira, 18 de março de 2008

Senhor da Guerra


Antes de começar a ler a crítica, quero deixar bem claro o que os filmes do Rambo representam para mim.
Quando “Rambo – Programado Para Matar” estreou em 1982 eu tinha apenas 10 anos e não pude vê-lo no cinema. O problema foi contornado quando meu pai alugou o filme em VHS anos depois. Lembro até hoje que a cópia do filme era pirata, já que o original ainda não havia sido lançado em vídeo.
Assisti a “Rambo II – A Missão” num cinema de Uberlândia em 1987. Na verdade o filme estreou no Brasil em 1985, mas naquela época os filmes de sucesso sempre eram relançados nos cinemas, prática que já não é realizada mais hoje em dia. Mas antes mesmo de ver o “Rambo II” no cinema, eu já o tinha visto numa cópia pirata de vídeo. Naquele tempo ainda era uma prática muito comum de se alugar filmes piratas. Era raro até de encontrar uma locadora só com vídeos originais.
Já o “Rambo III” eu vi pela primeira vez em um cinema de Uberlândia, quando ele foi lançado oficialmente em 1988.
Comecei relatando isso tudo pra você ter uma idéia que os filmes do Rambo fizeram parte de minha infância e adolescência, e são filmes que eu vi e revi várias vezes, sozinho ou acompanhado. Já os vi tantas vezes como outros filmes considerados “clássicos” da minha geração, como “Os Goonies”, “Curtindo a Vida Adoidado” e “De Volta Para o Futuro”.

Dito isso, vamos ao que eu achei do quarto filme da série, “Rambo IV”.

A história começa com Rambo vivendo sozinho na selva da Tailândia, caçando cobras que serão vendidas para uma atração de circo. Um grupo missionário pede para ele que os leve em seu barco até a Birmânia, país que faz fronteira com a Tailândia, pois Rambo é o único que conhece o longo caminho pelo rio. Após a insistência da garota do grupo, Rambo decide leva-los ao país em guerra.

Vou abrir um parágrafo aqui para uma explicação: a Birmânia é um país que vive em guerra civil há mais de 60 anos. De acordo com organizações governamentais, é o país onde se estende o maior conflito armado da história. Logo após as filmagens o país mudou o nome para Mianmar, mas os conflitos continuam.

Não demora muito e o acampamento onde está o grupo missionário é atacado pela milícia local. O ataque é brutal e Stallone (roteirista e diretor) não economiza na realidade das cenas. Pessoas explodem com o impacto dos mísseis, outros voam pelos ares com a ameaça das minas, crianças levam tiros na testa e mulheres são estupradas em pleno campo de batalha.
Tudo isso é filmado de forma bastante gráfica, com muito sangue jorrando para todos os lados. Palmas para Stallone, que não fez um filme para ter baixa censura, para lotar cinemas. E ele ainda jogou na cara do espectador a maneira de como uma guerra é de verdade. Aquilo mostrado na tela é a realidade, e por mais chocante que seja, não lembro de ver um filme que tenha tido coragem de demonstrar tais absurdos de modo tão explícito.
Essa cena é ótima por dois motivos, apresentar o vilões que Rambo terá de despachar e mostrar a crueldade do Capitão da milícia. De cara o espectador pegará raiva do sujeito. Ele será a última pessoa a morrer no filme, já que Rambo reservou uma maneira muito especial de matá-lo (hehe).

Voltando à história, alheio a tudo isso, Rambo é avisado que os missionários foram feitos prisioneiros (inclusive a mulher) e é contratado para levar um grupo de mercenários ao mesmo local onde deixou o grupo anterior.

Não vou contar mais da história, mas a partir daí, Rambo, que sempre procurou viver pacificamente, estará em seu ambiente natural – vivendo novamente uma guerra. “Matar é tão natural quanto respirar”, diz ele.

Prepare-se então para um festival de carnificina. Flechadas, pancadas, tiros e facadas impõem o ritmo da matança. Escoriações, estripações, esquartejamentos, estrangulamentos, cabeças decepadas. Tudo isso regado a muito sangue e num ritmo alucinante promovendo a glória de Rambo, que sabe que nasceu para matar e infligir dor.

Para você ter uma idéia, o jornal ‘Los Angeles Times’ contou quantas pessoas morrem em “Rambo IV”. Ao todo são 236 mortes, quase 3 por minuto de filme. Filme este que é bem pequeno, pois “Rambo IV” tem apenas 1:20h.

Eu daria 4 estrelas para “Rambo IV” se não fossem três defeitos fatais:
1º - Não há “aquela cena”, aquele momento impactante que quando saímos do cinema gostamos de comentar e relembrar. Os três filmes anteriores são recheados desses momentos.
2º - Quantidade não é qualidade. Seria melhor ver 5 mortes bem filmadas do que ver o herói matando 200 inimigos com uma metralhadora.
3º - Não há a famosa cena em que Rambo amarra os cabelos com uma fita vermelha na testa.

Dito isso, admito que gostei do filme. A trilha sonora clássica causa arrepios e os efeitos especiais estão excelentes – repare como é bem feita a cena em que Rambo explode aquela bomba atômica na floresta (sim, ela faz isso!). Os efeitos visuais contribuem muito para o nível de massacre, já que as pernas, braços, cabeças, tripas e sangue que voam pelos ares no filme foram feitos, na maioria das vezes, em computação gráfica. A qualidade dessas cenas é impecável.

No mais, é sempre bom ver Rambo atirar flechas certeiras, mesmo correndo em alta velocidade. É bom demais também torcer para o herói nos momentos tensos. E várias vezes no filme eu me peguei torcendo para ele, assim como fazia muitos anos atrás, com as minhas surradas fitas de vídeo.
Agora é só esperar que “Rambo V” chegue o mais rápido possível aos cinemas, já que este “Rambo IV” faturou muito bem ao redor do mundo. O Stallone não perdeu tempo e já está escrevendo o roteiro.

Enquanto isso, vou ali na Supervideolocadora alugar os filmes anteriores, pois a vontade de revê-los bateu com força. (***)